Selecionando novas linhas de Guppy

Depois de algumas gerações trabalhando em minha estufa, veio neste final de ano a geração F5 ainda em fase de melhorias, mas com suas características seguindo nossos objetivos.

Em julho de 2010 tive o prazer de conhecer Gerardo Soares, uma pessoa amigável e que tem no sangue, a arte de selecionar guppy. Veio dele um trio de gold red, linhagem fixada a mais de 10 anos passada pelo criador Carlos Besera entre outros.

Eu não consigo olhar um guppy apenas como um belo peixe, mas sim a magia de esconder genes que não imaginamos que estes pequenos peixes possam ter uma carga genética e deixar qualquer criador fascinado.

Quando olhava aquelas fêmeas grandes com dorsal diferenciada uma das outras em termos de cores, ficava imaginando o porquê dessas diferenças, um leve colorado em uma calda de tom amarelado, um tom de vermelho mais escuro que outras, em fim, são detalhes que não passam despercebidos a meus olhos quando olho um exemplar.

Então percebia que algumas fêmeas de apenas crias F1 deste casal, saiam com manchar na calda em tom amarelado, como mostra a foto abaixo:


Então resolvi abrir duas linhas já que não as tinha comigo fixadas, uma de calda totalmente vermelha e outra de calda totalmente amarelas.

A cada cruzamento, entre primos, irmãos e voltando na mesma linha etc. Ficava mais complicado conseguir as pretendidas caldas, mas não parava de tentar, minha casa virou um verdadeiro criatório de peixes, o povo acreditava que estava louco, mas não só eu apenas eu saberia o futuro da loucura atual.

Nas gerações F2, vieram uns tons diferenciados comparando com a geração f1 da linha original, uns alevinos dourados ou podemos chama-los de loiros, foto abaixo:


Fiquei animado, mesmo não tendo a certeza que poderia ser as futuras caldas, era um sinal que os guppy têm mesmo seus mistérios, então aguardei 30, 40, 60 dias de crescimento e não veio nada do que esperava. Vieram umas fêmeas lindas bastante destacadas, mas sem sinal do meu objetivo.


Apesar de não ser o que precisava, veio com essa cor clara, algo loira e quase transparente, muito interessante, mas sabia que essa novidade poderia desviar meu foco, então resolvi fazer o cruzamento entre a linha original F1 x essa loira F2, também não poderia deixar de fazer F2 x F2, apesar de serem irmãos, tinha que tentar e comparar os resultados.

O Cruzamento de F2 x F2 (irmãos), deu 100% loiros, eu já esperava isso dos recessivos, porém no cruzamento de F1 x F2, veio algo muito próximo do cruzamento anterior de F2, metade cinza e metade clara. Como mostra a foto acima dos alevinos de F2. Mas esperei novamente seu crescimento e veio algo muito interessante.

A mancha amarela veio mais destacada e com alguns pontos em seu corpo também, fiquei muito contente com essa nova marcação, mas não sabia o que vinha pela frente, Dessa fez abrir uma nova linha, a linha 3 que poderia originar as futuras calda, bola para frente cruzando essa F3 com F1 e F2 e também F3, não veio nada de nada, tudo na estaca zero, e ai devo parar? Não.

Fui selecionando entres resultados desses três cruzamentos de F1 x F2, F2 x F3, F3 x F2 até chegar a um exemplar que ficaria no lugar da F3 como minha base, segue foto abaixo:

Calda sem macha amarelada, ela não foi exatamente F4 porque veio depois de vários cruzamentos como falei acima entres as 3 gerações, utilizei F1 de F2 e F3 para consegui este resultado então podemos chamar de F5, a geração F4 veio muito próximo de F3, por isso não vale apena mostrar.
Então onde encontrar a bendita calda amarelada? Não sei.

A linha F4 ficou fixada logo, não levou muito tempo para ficar fixada algo em torno de 3 gerações já não veio mais as manchas amareladas, acredito que ficou no ponto certo, objetivo alcançado.

Então entro novamente na jornada de tentar descobrir o gene da calda amarela, por onde anda que não dava sinal e o porquê das manchas amareladas nas caldas de algumas fêmeas e o porquê da geração F3.

Depois de muito cruzamento com a linha F3, veio um macho que fiquei contente pela sua falta de beleza, mas não o descartei apesar da falta de padrão em todos os aspectos, foto abaixo:


Nota-se que em seu corpo u destaque muito forte para a cor amarela, apesar de não ser na calda, é um sinal que devo utilizar ente exemplar em cruzamentos com F3. Foi exatamente o que aconteceu, com apenas 2 meses na idade da foto acima que foi feito o cruzamento com fêmeas da geração F3 dos primeiros cruzamentos, em F1 deste cruzamento veio algo tentador para conseguir o que pretendia, uma fêmea sem o tom de vermelho e muito próximo do amarelo, muitos acreditavam ser o que pretendia, acreditava que não, ao meus olhos não era o nosso objetivo como foto abaixo:


Voltei essa linha no macho feio que ainda por sorte estava vivo, ótimos cuidados e um peixe bem alimentado, vive bem até seus últimos momentos de vida, procure cuidar bem de seus peixes.

Ao fazer 2 tipo de cruzamento, veio algo bem legal, no cruzamento com o macho feio, no caso sua filha, veio a mesma coisa, já no cruzamento com F3 veio algo que precisava para cruzar com F2 do cruzamento entre o macho feio e sua filha. Foto abaixo:


Umas fêmeas de corpo amarelo com leves tons de vermelhos na calda, apensar de voltar um pouco do vermelho na calda, fiquei animado pela forma de seu corpo ser totalmente amarelada, fiquei muito animado com este resultado, nos cruzamentos anteriores usando o macho feio, que foi cerca de umas 5 crias com fêmeas diferentes, veio mais uns machos com as características do macho feio, então o que fazer? Usar eles com essa fêmea, dessa vez fui além do que fazia, usei o mesmo conceito de alguns criadores, principalmente do Gerardo Soares, utilizar vários machos com poucas fêmeas, mas eu utilizei 3 machos com apenas uma fêmea, a mais destacada, o resultado foi fantástico, veio uma fêmea totalmente amarelinha, superando sua mãe e tias, foto abaixo:

Isso é muito bom em criar guppy, apesar de não ser simples, você consegue alguns resultados, outros objetivos foram alcançados com meus Gold Red, melhora de dorsal, abertura de calda, tonalidade etc.

Por isso devemos anotar e tentar cada vez mais com cruzamentos e sabendo de onde veio os cruzamentos para que você não se perca durante os processos reversos de alguns cruzamentos.
Espero ter colaborado em alguma coisa para sua vida ou na sua criação de guppy, não sou um criador com 5, 10 ou 30 anos de criação de guppy, mas faço de um dia de criação mais que 24hs, não fique apenas criando por criar, faça algo que possa alcançar algum objetivo, faça diferença.

Hoje estou com 3 linhas fixadas através de resultados, use sua criatividade e tentativas incansáveis, nada é impossível.

Boa sorte!

Fernando Rocha


Comentários

  1. Excelente trabalho! Estou agora a começar...

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  2. ótimo trabalho, acha possível esta mancha vermelha em um moscow black?

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    1. Olha eu nunca vi algo do tipo, os Moscow tem seus gene geralmente dominante, principalmente o fator metal, existe o Moscow Red, até se confunde com Full Red, mas o black manchado de vermelho, acho complicado. O Moscow não realizei ainda algum tipo de trabalho, atualmente estou me focando em meus CREAM ou PINK, estamos quase lá, obrigado Vinicius pela visita.

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  3. estou atentar crusar o guppy preto com uma femea amarela será que vai dar alguma coisa interesante ?

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  4. Gostei de tua história deu até vontade criar também dessa forma

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    1. Bom dia!
      é Muito gratificante a criação de Guppy, pena que tive que da uma pausa, se for criar, procure bons criadores para comprar suas 1ª matrizes de ótima genética, recomendo o Rodrigo Ziviane, acesse o canal dele tem muita coisa para aprender: https://www.youtube.com/user/RODRIGOMZG/videos

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